Enfermeiras cantam louvor em alta de bebê após vencer meningite grave: ‘Foi a mão de Deus’
FONTE: GUIAME, COM INFORMAÇÕES DO G1ATUALIZADO: SEXTA-FEIRA, 28 DE JUNHO DE 2024 ÀS 09:37
Um bebê conseguiu vencer uma meningite grave após 81 dias de internação. O caso é considerado um verdadeiro milagre e emocionou as enfermeiras que cuidaram dele na UTI pediátrica de um hospital de Santos (SP).
Lorenzo Santos de Jesus, de cinco meses, venceu um quadro grave de Meningite Haemophilus do tipo B, doença que pode levar à morte ou deixar sequelas quando não tratada.
Lorenzo precisou fazer traqueotomia e ficou internado por 81 dias na UTI em Santos (SP). (Foto: Arquivo pessoal)
A equipe de enfermagem estava de prontidão na saída de Lorenzo. Emocionadas, as enfermeiras seguravam um cartaz que dizia: “81 dias de internação, de muita luta, esperança, amor e fé! Sempre foi a mão de Deus!”
Elas também cantaram o louvor “Era a Mão de Deus”, interpretado por Kailane Frauches. Um dos trechos diz: “Lembra quando estava por um fio pra desistir? E quando faltou isso aqui pra você cair? E mesmo assim você tentou mais uma vez, Era a mão de Deus, Era a mão de Deus, Segurando a sua mão pra não cair, Você não veio até aqui pra desistir, Então não tem porque chorar, volte a sorrir, Era a mão de Deus e vai ser sempre assim.”
Diagnóstico errado
A criança inicialmente recebeu um diagnóstico errado de dengue em uma unidade de saúde em Peruíbe (SP), relatou sua mãe Mariana Souza ao g1.
O menino chegou à Unidade de Pronto Atendimento (UPA) de Peruíbe, em abril apresentando convulsões e febre. Sem sinais de melhora, ele foi encaminhado ao Hospital Guilherme Álvaro (HGA), em Santos, onde recebeu o diagnóstico correto. Mesmo assim, o bebê só teve alta nesta semana.
A doença comprometeu gravemente o sistema nervoso central de Lorenzo, causando lesões respiratórias e motoras. Ele ficou intubado por 31 dias na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) do hospital.
Lorenzo precisou passar por uma traqueostomia, para receber alta, procedimento cirúrgico que abre a traqueia para auxiliar na respiração.
Um milagre
A equipe médica do HGA considerou a recuperação de Lorenzo um "milagre", dado a gravidade do seu quadro. Sua mãe destacou que nunca deixou de acreditar na melhora do filho, independentemente das circunstâncias.
"Olhava para ele e não via que ficaria uma criança cheia de sequelas", afirmou a Mariana. "Enxergava além de tudo e sabia que daria certo no final. Hoje, graças a Deus, olho para ele… E [Lorenzo] tem o melhor olhar do mundo".
A chefe de enfermagem da UTI pediátrica do Hospital Guilherme Álvaro (HGA), Ellen Karina, relatou que o pequeno Lorenzo foi admitido na unidade com torpor (uma sensação de mal-estar), rigidez na nuca, febre e crises de convulsão.
Dada a gravidade do quadro, a surpreendente recuperação dele foi motivo de espanto para todos os envolvidos.
“[O menino] tem uma tomografia com uma área [do cérebro] comprometida tão grande que, quando a gente olha para o neném, fala: ‘Não, essa cabecinha não é desse neném’”, lembrou a profissional.
Ellen afirmou ao g1 que enxerga Lorenzo, juntamente com toda a equipe médica, como um milagre.
81 dias internado
A recuperação de Lorenzo Santos de Jesus, internado por 81 dias, emocionou os profissionais de saúde que o acompanharam em Santos, no litoral de São Paulo.
Após mais de dois meses de internação do filho, Mariana expressou sua gratidão pela atenção e cuidado dos profissionais do Hospital Guilherme Álvaro, que se dedicaram ao pequeno Lorenzo.
Em entrevista ao g1, ela compartilhou que a família enfrentou momentos difíceis quando um exame do líquor, o líquido presente no cérebro, revelou a presença de meningite bacteriana no menino.
Ellen Karina enfatizou que a vacina contra a meningite deve ser administrada a partir dos dois meses de vida do bebê. No entanto, ela ressaltou que, em situações de febre, a orientação é aguardar antes de aplicar a vacina.
Lorenzo não pôde receber a dose no momento adequado, pois estava com febre dias antes de completar a idade permitida para a imunização.
“Esse tipo de meningite é altamente agressivo", explicou a profissional. "A mãe fala que estava levando [o bebê] há uma semana na UPA, já com a meningite, e o diagnóstico errado de dengue… É fatal, é morte".
Essa condição fez com que a família de Lorenzo - a mãe, o pai e os dois irmãos do menino – fossem imunizados em sequência.