Não fuja

Certa vez, um conselheiro ouviu de um jovem: “Vou fugir de casa, pois não aguento mais a minha mãe”. Ele o havia procurado para desabafar e se aconselhar. O homem o esperou falar tudo e respondeu: “Um rapaz não varreu a casa por alguns meses. Quando ele se deu conta da sujeira entrou em pânico, pois havia muita poeira para tirar do chão. Não era uma tarefa fácil! Mas ele teve a ideia de varrer a sujeira para debaixo do tapete”. Em seguida, perguntou ao jovem se o rapaz havia limpado a casa, e ele respondeu que não. Então o conselheiro completou: “Você está querendo fazer o mesmo... Quer fugir do problema em vez de resolvê-lo”.

No começo do livro de Jonas, Deus havia ordenado que este cumprisse uma tarefa: ir à cidade de Nínive chamar as pessoas ao arrependimento, pois a maldade do povo havia subido à presença de Deus. Isso era um problema para Jonas, que achava que os assírios não eram dignos do perdão de Deus. Ele tinha duas opções: fugir ou encarar. Ao fugir, viu o barco quase naufragar, foi jogado ao mar e engolido por um peixe. Descobriu que o preço da fuga era muito alto. Creio que aprendeu, do jeito mais difícil, a encarar seus problemas. Assim, repensou a ordem de Deus, pediu e recebeu uma nova chance ao Senhor. A tarefa continuava difícil: ia contra sua opinião pessoal, desafiava sua coragem, oferecia riscos, a viagem era longa e cansativa. Mas agora ele enfrentou o problema: foi, rompeu as barreiras de sua opinião pessoal, pregou, e o texto diz que “os ninivitas creram em Deus” (Jn 3.5). Pronto! Problema resolvido.

Quero encorajá-lo a enfrentar seus problemas, por mais duros que sejam. A opção de “empurrá-los para debaixo do tapete” apenas dá uma falsa sensação de resolução, afinal a sujeira ainda estará lá. Problemas existem para serem resolvidos.