Tristeza boa

No sermão do monte, Jesus declarou: “Bem-aventurados os que choram” (Mt 5.4a). Talvez você discorde, afinal, as pessoas fazem de tudo para escapar da tristeza: muitos se embriagam, usam drogas, fazem sexo irresponsável etc.; outros publicam fotos nas redes sociais, que remetem ao poeta Raimundo Correia: “Quanta gente que ri, talvez exista, cuja ventura única consiste em parecer aos outros venturosa!” Chorar e ser bem-aventurado não parecem se encaixar bem numa mesma frase. Mas as Escrituras trazem inúmeros textos que mostram que derramar lágrimas pode ter um efeito altamente salutar. No texto de Paulo à igreja de Corinto, há referência a uma carta prévia, na qual ele foi enfático ao chamar a atenção de irmãos que persistiam no erro. Paulo afirma que não pretendia ser tão firme, mas ficou feliz porque o efeito da reprimenda atingiu seu objetivo: levá-los ao arrependimento. O sentido bíblico de arrependimento é como alguém que está numa estrada e descobre que está na direção oposta àquela que tinha planejado. Assim, arrependimento, segundo as Escrituras, é entristecer-se por reconhecer que está no caminho errado, mas não para por aí: é preciso mudar de direção, ou seja, de atitude. A tristeza segundo o mundo só produz lágrimas, se permanecemos no caminho de destruição. Mas existe a tristeza que conduz à salvação, como derramar lágrimas ao reconhecer o próprio erro e, assim, decidir mudar. Como fez o rei Davi ao ser confrontado pelo profeta. Genuinamente arrependido, o salmista escreveu: “Um coração quebrantado e contrito, ó Deus, não desprezarás” (Sl 51.17b). Você já sentiu essa tristeza boa? A palavra de Paulo hoje é para você: arrependimento para salvação e reconciliação com o nosso Criador. Converse com Jesus a respeito!