Distração

Recentemente, ouvindo uma palestra, comecei a me dispersar e me distraí. Lembrei de uma vez, na minha antiga igreja, do canto de um grilo durante o culto. Ora, ele cantava e depois se calava e eu, distraída, oscilava entre o som e o silêncio. Em outra ocasião, fui assistir a um concerto de uma famosa pianista e me distraí com a fita adesiva que segurava as alças do seu vestido sem mangas. A apresentação foi magnífica e terminou com aquelas alças no lugar. Em vez de aproveitar o momento, fiquei distraída. E, agora, estou fazendo o rascunho deste texto, com a voz de um orador ao fundo. No entanto, paro para pensar em quanto tempo ele se preparou para tal evento, e eu aqui, divagando. Paro de escrever e volto a atenção para o tempo que resta da palestra. Mas continuo pensando em como somos desatentos. Distraídos com afazeres e problemas, esquecemos das bênçãos infinitas. Às vezes, ao orar, quando dou por mim, estou pensando no almoço do dia seguinte. Minha comunhão foi afetada pela distração, porque meu foco, naquele momento, estava na terra, e não no céu. Jesus estava na casa de Marta, ensinando, enquanto ela estava distraída com seus serviços. Porém, Maria, sua irmã, aproveitava o momento precioso aos pés do Senhor. O que tem nos distraído? Entre tantas coisas, hoje, o celular tem sido um grande ladrão da nossa atenção, até mesmo na igreja. Vamos dar só uma espiadinha, mas, quando percebemos, estamos checando e respondendo mensagens, conferindo ou compartilhando postagens nas mídias sociais. Nossa mente tende a divagar quando o assunto não nos atrai ou se nos incomoda. Dessa forma, deixamos passar o momento de sermos abençoados e confrontados com nossos erros. Deus usa pessoas que se esforçam e se preparam para receber nossa atenção. E nós, distraídos, deixamos de valorizar o amor do Senhor por nós. Peçamos ao Senhor que nos “cutuque” quando estivermos distraídos.