Morte e vida

Eu costumava brincar dizendo: “estou velho”, e sempre diziam que eu não aparentava a idade que tinha. Até que um dia me disseram: “ah, mas você está conservado”. Parei de brincar. Confesso que, prestes a completar 72 anos, mesmo estacionando em vaga de idoso, ainda reluto em aceitar que o tempo passou - até precisar me abaixar para pegar algo. Todos padecemos de uma mesma doença inevitável e fatal: pela rebelião contra nosso Criador, estamos sujeitos à morte. Mas a morte não é apenas aquele evento quando darei o último suspiro, porém é o processo degenerativo que vejo em meu corpo e assisto diante do espelho. A morte vem aos poucos. Apesar de “conservado”, há 10 meses passei por uma cirurgia de prótese no quadril direito e hoje, enquanto escrevo, estou às vésperas de passar pela mesma cirurgia no lado esquerdo, buscando resolver um quadro incômodo causado por doença própria do envelhecimento. Por mais que a ciência evolua, não há escapatória: ou morremos jovens ou definhamos morrendo aos poucos, até fechar os olhos. Na leitura de hoje, vemos uma família próxima do Senhor passando pelo luto. Lemos que Jesus chorou diante da dor daquelas irmãs (v.35). Que alento! Nosso Salvador tem compaixão e se importa com nossas lágrimas! Além disso, Jesus tem autoridade sobre a morte; ao ressuscitar, ele a venceu para sempre! E quando voltar, trará aos cristãos, inclusive os já mortos, a vida definitiva em corpos nunca mais sujeitos à decomposição. Na glória com ele, não haverá morte, nem lágrimas, nem dor. Mas, pela fé, poderemos dizer: a morte não perde por esperar! Ela causa dor e sofrimento ao levar pessoas que amamos e ao decompor o corpo de todos que a enfrentam, mas o meu Mestre vai voltar. Então, os que o aceitaram como Salvador ganharão um novo corpo que não ficará doente nem envelhecerá.