Melhor caminho

Sou natural do RJ e, quando me mudei para o sul do país, tive de me adaptar ao uso de mapas e, mais tarde, ao GPS. Não conhecia as estradas, e sem esses mecanismos de orientação, eu me perdia fácil. Mas com o advento do GPS, vieram a praticidade e o risco. Por vezes, ele me mandou por caminhos mais curtos que me levaram a apertos terríveis. Entrei em comunidades indígenas, peguei quilômetros a mais nas viagens por estrada de chão, saí perto de penhasco, quase me envolvi em acidentes. Tudo porque me baseava naquilo que o navegador apontava como “caminho mais curto”. Descobri que nem sempre o mais fácil é o melhor. Interessante pensar nisso e olhar para o texto de hoje. Nele, vemos que o Senhor não ofereceu ao seu povo um caminho mais fácil depois de sair do Egito. O trajeto mais prático existia, mas oferecia perigos maiores. Fica evidente que o caminho mais curto não era o melhor caminho para Israel aos olhos de Deus. Ele sabia que o povo não estava preparado para lidar com aquela direção. No fim, rodar um pouco mais era na verdade um livramento. Assim é conosco. Todos temos a tendência de buscar o mais prático e rápido. Não que isso esteja errado. Afinal, somos a geração sem tempo para nada, vide que muitas vezes optamos pelo macarrão pronto em três minutos. Não queremos perder tempo, mas sim otimizá-lo. Assim, aprendemos que nem sempre o caminho mais curto é o melhor. Deus conhece o fim de todas as coisas. O Pai tem suas razões para nos levar a caminhos mais longos e sinuosos, e sabe o motivo pelo qual não trilhei o caminho mais curto em determinadas áreas da minha vida. Ele sabe o que é melhor e sempre tem o controle de tudo. Então, quando Deus lhe fizer dar voltas e causar uma aparente perda de tempo, respire, acalme-se e confie. Ele sabe o que faz.