"Partir"

Estevão foi um dos diáconos da Igreja de Jerusalém  que cuidava da assistência dos necessitados na distribuição de alimentos (At 6). Um ávido proclamador do Evangelho que fez muitos sinais entre o povo. Tudo isso resultou em confronto com o sistema religioso, e Estevão passou a ser odiado pelos membros da sinagoga a ponto de persegui-lo e depois matá-lo por apedrejamento. Se você estivesse no lugar de Estevão, o que diria a Deus a respeito de seus malfeitores? Provavelmente, pediríamos que Deus os castigasse. Mas Estevão era um homem diferente. No seu apedrejamento, pediu que Deus não os considerasse culpados deste pecado (v. 60). Incrível! Como ele pôde fazer isso? Isso revela o seu coração e como estava preparado para partir, uma vez que viveu neste mundo fazendo a vontade de Deus, servindo-o com todas as suas forças. A morte de Estevão lembra a morte do próprio Cristo. Assim como Cristo morreu por falsas acusações (Mt 26.59-61), Estevão também foi condenado por esse motivo (At 6); como Cristo orou no momento da crucificação, pedindo que o Pai perdoasse os que o maltratavam, Estevão também o fez; e como Cristo entregou o seu espírito ao Pai (Lc 23.46), Estevão entregou seu espírito a Jesus (v. 59). Deus foi tão maravilhoso com Estevão que este é o único texto na Bíblia que mostra o próprio Cristo, em pé, ao lado de Deus (v. 56), à espera de seu querido que estava chegando. Isso mostra que ele foi honrado na sua morte, a ponto de ter-lhe sido permitido relatar essa visão nos momentos finais da sua vida e registrá-la na Bíblia como testemunho. Pensemos: como será a nossa partida e o que Deus nos permitirá relatar nos últimos momentos? Como seremos recebidos ao chegar na presença do Senhor? A história de Estevão nos encoraja e nos inspira a enfrentar e vencer as tribulações ainda hoje.