(Des)conforto
Quinta-feira, 19 de setembro
(Des)conforto
Leitura Bíblica:
Hebreus 11.35-38
[Servos de Deus foram] apedrejados, serrados ao meio, postos à prova, mortos ao fio da espada. Andaram errantes, vestidos de pele de ovelhas e de cabras, necessitados, afligidos e maltratados. O mundo não era digno deles. Vagaram pelos desertos e montes, pelas cavernas e grutas (Hb 11.37-38).
Em tempos nos quais se confunde vida com Cristo com sucesso neste mundo, a leitura do texto bíblico acima não deixa de ser chocante. Aliás, senti-me pequeno ao ler sobre gente dessa estatura. Tenho uma vida confortável, enquanto aqueles irmãos sofreram (e outros ainda sofrem) dor física e moral por se recusarem a trocar seu amor a Jesus pelo alívio das circunstâncias. Então ter conforto é ruim e devo ficar preocupado por não vagar pelas cavernas e grutas da terra? Não. O conforto não é necessariamente um mal, pois tudo vem do Pai. Mas quando o bem-estar se torna o objetivo principal da vida e toma o lugar da prioridade de qualquer cristão, que é andar com Jesus e aprender a ser como ele, o problema se torna grande. Ou o crescimento como discípulo de Cristo é a prioridade número um da minha vida, ou vivo em autoengano. Dar prioridade à vida de discípulo é frequentemente desconfortável, pois implica tomar a própria cruz, cortar a própria carne e resistir até as últimas consequências a qualquer coisa que tente me afastar dele. Para uns, pode significar perseguição aberta, como em certos países onde ainda hoje nossos irmãos são deportados, presos e até mortos. Mas a busca exagerada do bem-estar pode ser um inimigo sutil, muitas vezes despercebido e aparentemente justificável – uma ameaça mortal para uma vida cristã autêntica. Como cristãos ocidentais, vivemos imersos em um caldo de cultura que mescla a busca do prazer e a valorização do conforto. Se o bem-estar se torna um deus em nossa vida, a coisa pode ser muito séria, porque é o mesmo que abandonar Jesus perante a tentação ou dificuldade.
Miguel Herrera Júnior, Bragança Paulista/SP
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