Novo tempo

Em 1980, o cantor e compositor Ivan Lins lançou a música “Novo Tempo”, com os seguintes versos: “No novo tempo/Apesar dos castigos/Estamos crescidos/Estamos atentos/Estamos mais vivos/Pra nos socorrer”. Na época, a expectativa era de que o povo brasileiro estivesse mais maduro e pudesse tomar boas decisões para o desenvolvimento do país num novo momento político. Os anos anteriores à canção foram conturbados, com tensão política, conflitos armados e uma grave crise econômica que assolou a população. Com a mudança política, havia esperança de um futuro melhor. No século 8 a.C., o fazendeiro Amós entendeu ter sido chamado por Deus para ser profeta. Saiu de sua terra, em Judá, e foi para Israel denunciar a idolatria, a imoralidade e a injustiça social. O pecado era tanto que eles se inclinavam “diante de qualquer altar com roupas tomadas como penhor” (Am 2.8). Por isso, viria um castigo terrível, que faria com que a “virgem de Israel” ficasse “caída para nunca mais se levantar” (Am 5.2), o que de fato aconteceu: a destruição de Israel pelo povo assírio e o consequente exílio nas décadas seguintes. Depois disso, Deus prometeu levantar “a tenda caída de Davi” e restaurar “as suas ruínas” (v.11). A punição não seria para sempre, mas um novo tempo de prosperidade material, justiça e paz viria para aqueles que buscassem o Senhor. Agora, no século 21, muitos esperavam uma nova fase política, mas estão frustrados. Nossa sociedade experimenta instabilidade, depravação e violência. Mas para aqueles que confiam no Senhor e buscam a fidelidade em Cristo, sempre haverá esperança, pois não é pela força que o futuro se abrirá reluzente. É Deus quem nos dará vida e restaurará definitivamente a Terra. Ainda que experimentemos o castigo em função dos nossos erros, Deus nos erguerá e nos fará melhores, mais fortes e vivos no poder dele.