Nada faltará

Na antiga igreja que eu frequentava, houve uma época com muitos jovens solteiros. Assim, as famílias foram se unindo e participei de muitos casamentos. Depois, vieram os frutos. Eram tantos casais obedecendo à ordem do “crescei e multiplicai”, que o berçário da igreja precisou ser reformado para abrigar tantos bebês. Mas ninguém estava preparado para a chegada das trigêmeas. Esse foi um dos eventos mais marcantes que presenciei e, até hoje, acompanho a vida delas e das demais crianças que se tornaram parte da minha família em Cristo. A correria dos pais para criar três meninas ao mesmo tempo foi desafiadora, mas eles seguiram firmes, conciliando família, trabalho e igreja, enquanto trocavam fraldas triplicadas. Em um domingo, uma das meninas chamou a atenção, pois estava descalça. A mãe, meio constrangida, contou que, no corre-corre para ajeitá-las para ir à igreja, só perceberam a falta dos sapatos quando chegaram. Todas elas impecáveis em seus vestidos, brincos e laços, mas uma estava descalça. Contudo, apesar de todo o cansaço, os pais estavam ali, firmes, na Casa do Senhor, sem se descuidar da vida espiritual de suas filhas e da deles mesmos. Algumas vezes deixamos de lado o encontro dominical porque algo está nos faltando. Talvez falte um coração contrito e arrependido ou um perdão não dado ou recebido. Quem sabe a semana não tenha sido como esperávamos e então preferimos ficar em casa, remoendo as tristezas, quando o melhor lugar para se estar é na Casa do Pai, onde as nossas carências espirituais são supridas. E, mesmo que algo pareça nos faltar, não precisamos de mais nada, quando declaramos, com gratidão, que “O SENHOR é meu pastor; de nada terei falta” (Sl 23.1). O amor, a fé e a esperança caminham com aqueles que se desafiam a viver na certeza de que o Senhor os ama e supre suas necessidades.