Rivotril

Certa vez fui convidado a fazer uma palestra como médico. Por atender muita gente ansiosa, escolhi falar sobre ansiedade. E o título foi: “Quem não for ansioso, devolva o Rivotril”. Humor à parte, quis enfatizar como a ansiedade é praticamente universal. Isso me fez buscar entender a ansiedade e, principalmente, a razão de tantos cristãos serem ansiosos. Como raça humana que voltou as costas ao Criador, sofremos a consequência do pecado: a morte. Criados para a comunhão com Deus, nos tornamos seres com uma visão limitada, isto é, sem olhos para o espiritual que certamente nos rodeia, e muito menos para a eternidade. Pela vitória de Jesus sobre o pecado e a morte, a fé nele dos concede vida eterna – algo que só experimentaremos depois de morrer. Mas a Palavra de Deus é clara: a vida que Jesus nos dá começa aqui e agora. Então, com fé em Jesus, podemos desde já perceber coisas muito além dos sentidos, compreender a eternidade mesmo que ainda presos a um corpo mortal e com esses sentidos limitados. Pela fé, podemos enxergar muito além do visível. O autor de Hebreus nos diz que Jesus, “pela alegria que lhe fora proposta, suportou a cruz, desprezando a vergonha” (Hb 12.2). O tempo todo Jesus sabia o destino que o aguardava. Mesmo assim, prosseguiu sem desvios e suportou tudo, porque sua visão ia além das circunstâncias que experimentava. Pela fé em Cristo, não precisaríamos ser ansiosos – afinal sabemos que todas as circunstâncias aqui têm prazo de validade e teremos um destino eterno com ele. Vivemos como se as circunstâncias fossem durar para sempre, percepção aguçada que os olhos alcançam, a pele sente, os ouvidos ouvem – e deixamos de alimentar a fé. Talvez hoje seja um bom dia para cada um de nós reavaliar a fé e voltar o coração para Jesus e seu Reino – que ele disse claramente não ser deste mundo. Que tal aprendermos com Jesus a andar pela fé?