Ansiosos

Fiz um exame de rotina, e o material colhido foi para biópsia. Um protocolo foi entregue e o resultado estaria pronto no prazo de um mês. Fiquei preocupada, mas resolvi esquecer o assunto e pensar que, qualquer que fosse a notícia, eu me preocuparia depois. O mês passou rápido e chegou o dia de ir buscar o resultado. Perdi o protocolo e pensei: “Que bom, não vão me entregar o exame e continuarei me iludindo, para o bem ou para o mal”. Porém, apresentando minha identidade, peguei o temido envelope, vi o resultado e saí do laboratório com a alma leve. Estava tudo bem, melhor do que eu esperava. E se não estivesse? Tenho convivido com pessoas que não tiveram boas notícias após um exame. Pelo contrário, ficaram tristes, preocupadas e desesperançosas. São informações que chegam de surpresa e nos pegam desprevenidos. Em outras vezes, ficamos à espera de que o pior está por vir. Quando meu marido faleceu, tive uma semana assim. Mas, naquele momento angustiante, esperando notícias assustadoras, Deus estava presente e, mesmo com a alma e o coração pesados, pude sentir o consolo e o amor do Pai me sustentando e confortando. A ansiedade faz parte da vida, e o temor do amanhã tira a paz de nosso coração. Nunca estamos preparados para a dor, a perda e o luto. A morte causa estranheza, vazio e decepção por não termos o controle sobre ela. No longo período em que ficamos isolados durante os piores dias da Pandemia, compartilhando o luto com milhares de pessoas, as perguntas retóricas surgiram e questionamos o sofrimento, receosos das más notícias. No entanto, em nenhum momento estivemos sós. Mesmo na dor do isolamento e da ansiedade, Deus nos fortaleceu e experimentamos a grande dimensão de seu amor. Pudemos sair das sombras e desfrutar o calor do abraço do Senhor nos consolando e nos dando esperança para enfrentar um novo dia, ainda que as notícias não fossem boas.