Descanso

Há lugares para os quais partimos em busca de descanso quando há alguma folga na agenda: uma casa na praia, um sítio ou uma visita a familiares distantes, por exemplo. Todos buscam descansar dos dias diversos e adversos. Contudo, quando buscamos o descanso terreno de forma desmedida, podemos cair em um risco e tanto. Trabalhei com um rapaz que detestava o próprio emprego. Toda segunda-feira de manhã, ele fazia à mão um calendário a fim de ter o prazer de riscar os dias até o próximo fim de semana. Era a pessoa que mais reclamava de suas tarefas, mais brigava e que mais recebia broncas. Há pessoas que tornam o descanso uma espécie de “ídolo”, aliás “adoram” seus finais de semana como se fossem os únicos dias mais importantes de suas vidas. O dia a dia faz parte do processo de viver. Essas pessoas (e muito provavelmente somos essas pessoas em alguns momentos) precisam assimilar a beleza do convite feito por Jesus que lemos no texto bíblico de hoje. Em meio a tantas obrigações e concorrências impostas pela ganância humana, Cristo nos chama para repousar nosso coração nele. Ele é lugar seguro para tratarmos nossas feridas. O texto em referência, citado também em um livro de sabedoria judaica, é belo de muitas formas, mas o que me chama mais a atenção é como Jesus humildemente evidencia que apenas nele há autoridade para nos aproximarmos do Pai, alcançarmos o verdadeiro descanso e obtermos a remoção de nossos pecados e nossas culpas. Cristo é nosso único Mediador e nosso Mestre. O discípulo só pode aprender com plenitude quando seu coração está em paz. Nada deve ocupar o lugar de Deus em nosso coração. As viagens e os feriados prolongados que teremos durante a vida não podem ser comparados com o descanso que Cristo nos dá. Ele nos ensina a sermos mansos e humildes, assim como ele, evidenciando, assim, a transformação de nosso caráter na medida do caráter de Cristo.