Refúgio de Paz

De acordo com diferentes fontes, o nome da região árida onde vivemos, ao norte do Saara, vem da língua berbere tamazight, que significa “Refúgio de Descanso” ou “Morada de Paz”. Ao longo dos séculos, as caravanas de mercadores procuravam lugares assim para passar algumas noites e dar descanso aos seus camelos. Que nome sugestivo para uma cidade, região ou país: um lugar seguro para seus cidadãos! No entanto, a História revela que esse “Refúgio de Paz”, originalmente habitado por tribos berberes, tem sido palco de inúmeras guerras e invasões de tropas estrangeiras. Ainda que a sonhada independência tenha chegado aqui em meados do século passado, ela não trouxe consigo a paz duradoura tão desejada. Hoje, ao folhear as páginas dos principais jornais daqui e ao caminhar pelas ruas da cidade onde moro, eu me deparo com um estado de caos, desespero, melancolia e uma sensação de angústia e peso no ar e no semblante das pessoas. Os políticos não têm sido e jamais serão capazes de lidar com as causas profundas dessa desgraça humana. A sua religião monoteísta não oferece nenhuma esperança de levar seus seguidores a uma “Morada da Paz”. Muitos hoje estão fazendo tudo que podem para encontrar esse “Refúgio de Paz” em outras terras, inclusive arriscando suas vidas nas águas do Mediterrâneo para chegar ao solo europeu. Nós, cristãos, sabemos que encontraremos a “Morada da Paz” neste mundo não em um lugar, mas em Cristo Jesus, que disse: “Venham a mim, todos os que estão cansados e sobrecarregados, e eu darei descanso a vocês. Tomem sobre vocês o meu jugo e aprendam de mim, pois sou manso e humilde de coração, e vocês encontrarão descanso para as suas almas” (Mt 11.28-29). Orem por nós e conosco para que continuemos anunciando Jesus, o Príncipe da Paz, a essas pessoas.