Perdoar?

“Perdoa-nos as nossas dívidas” podem ser as palavras mais importantes que já pronunciamos, mas “assim como perdoamos aos nossos devedores” são e sempre serão as palavras mais difíceis. Não é fácil pôr isso em prática no nosso dia a dia. Algumas questões nos confrontam: temos perdoado os que nos ofendem? Existe em meu coração uma certa aversão por alguém que corrói a minha alma? Ofensas e males, que me fizeram no passado, ainda ferem o meu íntimo como um câncer? Essas perguntas precisam ser refletidas; elas estão debaixo da superfície das nossas atitudes aparentes e sempre tentamos nos acomodar diante de Deus quando somos confrontados por elas. É provável que muitas pessoas que repetem a Oração do Pai-Nosso não tenham perdoado aos seus ofensores; ou seja, não cancelaram velhas pendências nem estão dispostas a isso. Surge então uma pergunta: como podemos nos aproximar de Deus e pedir seu perdão se nós mesmos não perdoamos? Isso só é possível quando agimos com hipocrisia, mas Deus conhece nosso coração. Jesus afirmou que atitudes interiores são mais importantes que aquilo que aparentamos; Deus conhece o meu jeito de ser, minhas motivações, e considera meu caráter além da minha aparência. A criança torna-se hábil na arte do fingimento: diz uma coisa e pensa outra. Em quase tudo podemos enganar outras pessoas, mas nunca enganaremos o Espírito Santo que vive em nós. Se queremos repetir essa oração, nosso fingimento precisa ter fim. O que posso fazer para vencer essa dificuldade que tenho em perdoar as pessoas que me ofendem? A resposta está em aproximar-me de Jesus Cristo, buscando compreender tudo o que ele sofreu na cruz por mim. E se ele enfrentou todo aquele sofrimento para me perdoar, quem sou eu para não perdoar quem me ofende? A sofrida morte de Jesus foi a demonstração do total altruísmo de Deus e do seu imenso amor por todos nós!