Caos no RS: As faces humanas da tragédia
Quando as chuvas devastadoras assolaram o Rio Grande do Sul, deixando um rastro de destruição e desespero, a calamidade revelou, mais uma vez, as diversas faces da humanidade. Em momentos como esses, emergem tanto os heróis quanto os vilões, e nossa capacidade de discernir um do outro é posta à prova.
No meio do caos, sempre surgem figuras extraordinárias. São os voluntários, os profissionais de emergência e os cidadãos comuns que arriscam suas vidas para salvar estranhos. Esses heróis anônimos nos lembram do potencial humano para a compaixão e o altruísmo, reacendendo uma chama de esperança e humanidade em meio às águas turbulentas.
Por outro lado, a tragédia também atrai oportunistas que buscam capitalizar sobre o sofrimento alheio. Influenciadores que se apressam em posar para fotos em zonas de desastre, prometendo mundos e fundos sem ações concretas, alguns políticos ou empresários que veem na desgraça uma chance de lucrar ou aparecer. Esses atos de autopromoção desvirtuam a essência da liderança e da responsabilidade social, merecendo nosso repúdio e vigilância.
Não menos nocivos são os “críticos de sofá”, aqueles que, do conforto de suas casas, proferem julgamentos e oferecem soluções simplistas para problemas complexos. Esses autoproclamados especialistas muitas vezes amplificam a desinformação e subestimam as nuances dos esforços de resgate e recuperação, atrapalhando todo um processo do qual não entendem.
Porém, apesar das sombras que tais tragédias lançam, o lado luminoso da humanidade frequentemente prevalece. As histórias de solidariedade e a mobilização comunitária para reconstruir e recuperar o que foi perdido nos fornecem um vislumbre do que o ser humano pode alcançar quando unimos forças. Essa resiliência comunitária, alimentada pelo espírito de ajuda mútua e cooperação, é o verdadeiro antídoto contra o desespero.
As tragédias naturais são, indubitavelmente, reveladoras. Elas expõem as rachaduras no tecido da sociedade e destacam a força e a beleza do espírito humano. Ao refletirmos sobre esses eventos, cabe escolhermos qual face queremos fortalecer. Punir e denunciar esses mercadores do caos é o único caminho sensato nestes momentos, deixando de dar audiência e relegando-os ao esquecimento.
A nós, que possamos sempre optar por fortalecer o bem, as ações significativas e o compromisso genuíno com o bem-estar coletivo. E que, mesmo nas horas mais sombrias, nunca deixemos de acreditar na capacidade de renovação e esperança que reside em cada um de nós.
Alisson Magalhães é Ministro Ordenado na Igreja do Nazareno, formado em Teologia pela FNB/Unicamp, professor de Teologia em cadeiras teológicas, pastorais e na área de música e adoração. Autor do livro Cristianismo 4.0 – Desafios para a comunicação cristã no século XXI, é publicitário, jornalista, Consultor e Especialista em Comunicação Pública, Marketing Político e Eleitoral. Atualmente serve com sua esposa, Elaine, na Serra Catarinense, onde também atua como Chefe de Gabinete no município de Palmeira/SC.
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